domingo, 29 de junho de 2008

Falecimento do sr. Homero Duarte da Trindade - Titio Homero


Infarto cala Titio Homero
[Militar, Comunicador e Andrelino, 1930]

Comunicador atuou em diversas emissoras de rádio da cidade, desde os anos 1970, e tinha 77 anos. Titio Homero, como ele se popularizou, morreu de parada cardíaca na cidade que adotou aos 26. A morte ocorreu em casa. O sepultamento foi no Cemitério Parque de Caxias do Sul. Com pelo menos 40 anos dando suas tradicionais gargalhadas nas ondas das emissoras caxienses, Titio Homero comandava o programa Rodeio Grande do Sul, na Rádio Viva, desde 1998. O cabo Homero - Antes de se dedicar à comunicação, Homero fez carreira na Brigada Militar (BM). Como dos cinco anos até metade da adolescência morou em Cacequi, no Centro do Estado, era vizinho de um destacamento da corporação. Na época, ficou amigo dos soldados, já que passava o dia no quartel olhando os cavalos, uma de suas paixões. A paixão pela farda veio também com a convivência com o pai, João Manoel da Trindade, segundo tenente do Exército. Homero entrou para a corporação aos 17 anos. Naquela época, o Exército concedia dispensa para os recrutas que desejassem se alistar nas Forças Auxiliares, caso da BM. Seu primeiro posto no policiamento foi no 2º Regimento de Cavalaria da BM, em Santana do Livramento. Depois, atuou no 5º Batalhão de Caçadores, em Montenegro, cidade onde casou com Alicia Laiser, em 1954, morta em dezembro de 2005. Em 1974, aos 44 anos, se aposentou como 2º sargento da BM, sem nunca ter utilizado o revólver no exercício da profissão, segundo ele. Homero contava que fazia o policiamento sem cassetete e sem arma. Chegava para trabalhar e, quando precisava sair do posto, ia sem os instrumentos de trabalho. Ele garantia que nunca teve problemas por causa disso. Depois de passar pela Escola Militar, em Porto Alegre, em 1948, trabalhou em cidades como Estrela, Bento Gonçalves, Arroio do Meio, Lajeado, Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires. Aos 26 anos, em 1956, veio para Caxias trabalhar na Delegacia de Polícia e Trânsito, na Rua Coronel Flores, onde hoje fica o Colégio São Carlos. Na época, comprou um terreno no bairro Esplanada para confortar a família. O endereço em que morava atualmente, no bairro Kayser, foi a casa que viu crescer os filhos Maria Salete, 58, Carlos, 54, Giselda, 54, Paula Cristina, 35, e Homero Junior, 33. Na época, o comandante da BM, tenente Cícero Siqueira de Barcelos, apostou na comunicação das ocorrências, porque o cabo Homero era um bom datilógrafo. Com isso, bi-semanalmente, ele realizava uma transmissão de 15 minutos na Rádio Caxias e foi considerado o primeiro relações públicas da BM na cidade. Paralelamente ao trabalho na corporação, Homero era baterista e cantava no conjunto musical Irmãos Guerra (atual Musical Abertura), do programa de auditório Gente Nossa Divertindo Nossa Gente, coordenado pelo colega radialista Gonçalves Calixto, o Cabeleira. O programa era feito no auditório do Sindicato dos Reunidos, hoje Sindicato dos Metalúrgicos, e transmitido até 1960 pela Rádio Independência, hoje Rádio Mãe de Deus. Cabeleira contou, há dois anos, que o apelido nasceu porque Homero se auto-intitulava Titio, chamando as pessoas ao palco e aconselhando-as como se fossem da família. Na década de 1970, foi trabalhar na Rádio São Francisco. Nos 27 anos que permaneceu na emissora, transmitia as notícias policiais e foi ampliando sua atuação. Seu horário de trabalho era das 4h às 7h, com o programa Alvorada Musical, cuja definição de Homero era a mesma da época em que apresentava o programa: "o despertar alegre de todas as manhãs". No programa, dava avisos, recados e notícias de prestação de serviços à comunidade. Além disso, contava piadas e ria no ar, numa tentativa de "despertar os viventes". Aos sábados, além de notícias, apresentava o Motorista, Boa Viagem e, aos domingos, o Rancho do Titio, com destaque ao tradicionalismo. Em 1972, tornou-se apresentador de programas de auditório. Por causa do espaço pequeno, teve que transferir o estúdio para uma sala no prédio em que funcionava a rádio. Até o final da década, o programa começou a ser feito no auditório do colégio Santo Antônio. Durante a semana, das 17h às 19h, apresentava o Entardecer na Querência e, nos domingos à noite, o Retalhos da Saudade, onde fazia um resgate de clássicos musicais, das 22h à meia-noite. Foi nessa época que o músico Itajaíba Mattana conheceu o radialista. Para ele, a morte de Titio Homero significa uma perda do tradicionalista, já que Homero valorizava e incentivava o trabalho dos músicos. Um dos programas de sucesso do radialista era o Titio Homero Duarte, apresentando em salões comunitários ou ginásios dos bairros, sempre aos sábados à noite. Em jornais da época, duplas como Chitãozinho e Xororó e o grupo Os Serranos foram alguns dos apontados como presenças no programa. De 1974 a 1981, já aposentado da BM, apresentava o Domingo na Querência, programa de auditório na TV Caxias. Brincadeiras eram feitas no ar, com a participação do público de CTGs e das comunidades dos bairros. Na década de 1980, Titio tentou uma candidatura ao Legislativo de Caxias. Mesmo com a popularidade, "era conhecido mais que parteira de campanha", segundo o próprio, Titio Homero não fez mais que 200 votos. Umas das justificativas, é que não tinha coragem de contar que era candidato, muito menos pedir votos. Em 2008, Titio Homero incentivou a publicação do jornal Janela Anglicana, da Paróquia Virgem Maria, da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, da qual foi um dos fundadores, em 1965. A publicação foi lançada neste mês para comemorar os 57 anos da paróquia. - Ele foi um dos motivadores e também um dos fundadores da Irmandade de Santo André, dedicada a propagar o evangelho entre os homens.
[fonte: http://www.clicrbs.com.br]

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