domingo, 21 de fevereiro de 2010

Boletim “Gratia Plena!” nº. 143 - ano IV - Boletim Semanal

O Pecado

Há palavras usadas na teologia que quase já perderam o sentido para muita gente. Esta é uma das razões pelas quais os cristãos muitas vezes parecem estar falando sobre assuntos que não tem interesse real. Usam expressões e vocábulos que não compreendemos imediatamente. É o caso do termo pecado. É uma palavra esta usada constantemente pelos cristãos. A razão é muito simples: o Novo Testamento está permeado não só desta palavra como da sua idéia. E a mensagem que a Igreja Cristã tem para oferecer é justamente sobre o perdão dos pecados. Se lermos com cuidado o Novo Testamento, chegaremos a uma conclusão interessante: verificaremos que contém uma idéia completamente diferente da que em geral temos sobre os nossos próprios erros e os da raça humana. Pensamos que os erros estão na estruturação defeituosa da vida e que, portanto, mediante certas adaptações, tais erros podem ser corrigidos. Mas o Novo Testamento revela que estes erros significam alguma coisa mais fundamental: algo que está em nós mesmos e que se denomina pecado. O homem moderno, na sua grande maioria, não pensa desta maneira. Não tem consciência do pecado. Não reconhece a si próprio como pecador. Por isso não aceita facilmente o oferecimento do perdão de pecados. Não o considera por assim dizer como artigo de primeira necessidade. Cremos que aí está a causa principal da indiferença de tanta gente para com o Evangelho cristão. Vemos todos que estamos diante de uma questão muito importante. Quem tem razão: o Novo Testamento, afirmando que o pecado é um grave mal que precisa ser enfrentado ou aqueles para quem o pecado é apenas uma surrada superstição? Este assunto é tão vasto que não é possível o analisarmos como merece em tão poucas páginas. Por isso vamos apenas pensar um pouco no sentido da palavra pecado. Talvez possamos descobrir o que ele é realmente. O temo pecado é empregado para traduzir várias palavras do Antigo e do Novo Testamento, escritos respectivamente em hebraico e grego. Cada uma dessas palavras contém uma idéia diferente. Um dos seus sentidos originários é “errar o alvo”. Os outros são “tropeção” ou “queda”, “impiedade” ou “falta de respeito”. Todos estes significados da palavra pecado são bastante sugestivos, mas não respondem à pergunta em que de fato estamos interessados. O que queremos saber é o verdadeiro sentido do pecado quando os cristãos a ele se referem. Que quer dizer São Paulo quando escreve que precisamos estar livres do pecado para podermos atingir a verdadeira liberdade? Por que o pecado precisa ser perdoado? Antes de mais nada é preciso esclarecer bem que pecado é uma palavra do vocabulário religioso. Fora do âmbito da religião ela perde seu sentido. É verdade que os homens irreligiosos às vezes usam essa palavra. É que ocasionalmente eles adotam o ponto de vista da religião ou então usam-na de maneira imprecisa. Pecado não é o mesmo que simples defeito moral ou má conduta. É defeito moral ou má conduta em relação a Deus que é muito diferente. Nas religiões primitivas encontramos a idéia do pecado sem qualquer relação definida com o bem ou mal de natureza moral. Nessas religiões a idéia do pecado é a de alguma coisa que desagrada aos deuses, coloca-nos numa situação errada perante as forças divinas, provocando a sua cólera. Para essas religiões o que desagrada as divindades não era tanto a perversão moral como aquilo que podemos chamar de desobediência ou falta de respeito. Talvez alguém não tivesse oferecido o sacrifício certo no momento certo, ou tivesse omitido algum pormenor do ritual, ou ainda tivesse agido em tudo isto de maneira errada. Assim sendo, cometera uma falta, tornara-se um pecador, e, a menos que alguma coisa pudesse ser feita para remediar o erro, encontrava-se em situação muito perigosa. Mas quando os homens aprenderam, principalmente mediante os ensinamentos dos Profetas, a compreender Deus de maneira mais elevada, sua idéia sobre o pecado naturalmente mudou. O que pensamos a respeito do pecado sempre depende do que pensamos a respeito de Deus. Se estamos convencidos de que Deus é santo, no sentido de que é incomparavelmente justo e misericordioso, então aprendemos que Ele exige não apenas ritos e sacrifícios, mas justiça e misericórdia.
___________________________________

Lecionário Ferial desta semana
22 – Sl. 44; Gn. 37.1-11; l Co. 1.1–19; Mc. 1.1-13
23 – S. Policarpo, Bispo e Mártir de Esmirna, 156. Sl. 45; Gn. 37.12-24; l Co. 1.20-31; Mc. 1.14-28
24 – S. Matias, Apóstolo. Sl. 119.49-72; Gn. 37.25-36; I Co. 2.1–13; Mc. 1.29-45
25 – Sl. 50; Gn. 39.1-23; l Co. 2.14-3.15; Mc. 2.1-12
26 – Sl. 51; Gn. 40.1-23; l Co. 3.16-23; Mc. 2.13-22
27 – Sl. 55; Gn. 40.1-13; l Co. 4.1-7; Mc. 2.23–3.6

Rezemos Juntos
Pela Igreja da Província da África Central;
Paróquia do Cristo Redentor – Araranguá/RS;
Missão do Cristo Redentor – Ribeirão Pires/SP;
Missão do Cristo Redentor – Palmas/TO;
Ponto Missionário Cristo Redentor – Palotina/PR;
Missão S. Matias – Seara/SC.
________________________________________

Aniversariantes
24/02 – Créscio da Silva Cândido

Memorial
26/02/1981 – Daniel Dip
27/02/1967 – Flávio Jeferson da Silva
_______________________________________

Expediente
Esta semana, não teremos o habitual serviço de expediente na secretaria paroquial. Por motivo de férias do Rev. Josué os serviços de atendimento e Igreja Aberta voltarão ao normal no mês de março.

Nenhum comentário: